Eu abro caminhos sem saber que serventia terão no futuro. Ligarão o quê ao quê?
Abro caminhos sem saber se estou
asfaltando antigas estradas ou inventando novos chãos. Não pergunto: sigo, faço. Nem sempre é assim. Abro caminhos sem saber da minha
própria direção, porque meu destino é desamparado. Tudo é lazer, tudo
é trabalho. Não escolhi uma vida com décimo terceiro, sei o peso
de caminhar fantasiada de primeira vez. Abro caminhos a esmo. A verve
transborda nessas temporadas cheias de ausência de amor. Quando vier,
teremos muito espaço para nos perder, imagino. Bobagem. Não há preparo. Eu não trabalho na perspectiva das
estações. Nada me garante que haverá sequer um outono.
O meu corpo é o
caminho mais longo que já abri.
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