Memória

Eu quero viver na sua memória. Eu já caminhei bastante, sabe, já vivi algumas coisas, já conheci umas pessoas. Mas nenhum lugar me deixou mais plena do que dentro das lembranças que você tem de mim. E eu sei que quando você começar a esquecer alguns detalhes, sua imaginação vai ajudar.

Sentido


Plagiando o "céu-estrelado-filosófico" do mundo das tirinhas.

Ele

Todo dia ele acorda um pouco antes de mim, observa meu primeiro abrir de olhos e me diz - toda manhã - pode vir.
Toda dia ele vai dormir um pouco depois de mim, observa meu sono relutante e me diz - toda noite - pode ir.

Passo o dia inteiro esperando mais alguma coordenada.

[Desenho de Troche]

PS: Definitivamente sem tempo ou inspiração pra desenhar, daqui a pouco as tirinhas voltam x]

Anamnese



Queixa principal, história da moléstia atual, história familiar, história pregressa, revisão de sistemas e todas aquelas perguntas que a gente é obrigado a fazer sem saber direito como, onde, quando ou por quê.
Anamneses podem ser estupidamente desastrosas, principalmente se você tiver que usar todos os conhecimentos que (acha que) tem no cara que já sabe o próprio diagnóstico. Mas sossega, vai ficando mais fácil. Ou pelo menos eu espero que sim.

Experiências da medicina, outras tantas da odontologia. Certeza que vale pros outros cursos da área da saúde.

Medicina?



A gente estuda igual uns doidos, tem mais de 9000 horas de carga horária/curso e praticamente se esquece do que é dormir, pra chegar num lugar e a pessoa olhar pra gente com cara de nojinho. Eu sei que médico tem fama de arrogante e tal (e infelizmente tenho que concordar com isso), mas eu sou uma pessoa legal. Juro! Pra falar a verdade, nunca fiz parte de um grupo tão legal. E eu tenho o direito de dizer o que eu faço sem ter medo de parecer orgulhosa, prepotente e narizinho em pé. Simplesmente porque isso nunca foi verdade. Não faço medicina por ascensão social, faço porque é o que eu amo.

(E espero que esteja falando pela maioria de nós)

Post número 100

Depois de 1 ano de blog e 10 anos de tirinhas, finalmente chegamos à postagem número 100. Aêê. Uma ocasião como esta pede um post comemorativo, então abre um vinho e vão lá!


  • Bom, esta não foi a primeira tirinha, mas provavelmente foi a segunda (lembra, Débora?). Nesta época ninguém tinha blog nem facebook NEM orkut, então minha forma de divulgar as tirinhas era levá-las à escola pra mostrar pro Hugo, o disciplinário desenhista. Ele achava o máximo, todo mundo achava o máximo, só que na verdade era tudo uma merda, como vocês podem ver aí do lado. Mas vá lá, se todo mundo tivesse sido sincero, talvez eu não tivesse continuado.

  • Depois disso eu fui me empolgando e desenhando mais. As primeiras tirinhas eram basicamente uma zoação dos meus amigos e umas ideias roubadas das tirinhas do Garfield (que, aliás, tiveram uma influência muito grande no meu senso de humor). O desenho continuou ruim, mas já começou a ter a carinha que tem hoje.




  • Daí começou a onda do "faz uma tirinha minha?". É claro que sim, com o maior prazer! (Desculpa, Nati, por sua única tirinha ter sido tão tosca)



  • A partir de então foram tirinhas de aniversário, tirinhas de homenagem...




  •  ...tirinhas pros amigos distantes (forever trusting who we are, and nothing else matteeeers)...







  • ... e tirinha pra todo mundo que foi importante na minha vida.


  •  Ainda não tive vontade de tentar publicar os quadrinhos em lugar nenhum, mas confesso que fiquei muito feliz quando a Ju mexeu uns pauzinhos e publicou um deles no jornalzinho de medicina da USP (valeu, Ju! =D). É gostoso ver que seus rabiscos de repente ficaram com cara de coisa profissional.





O que eu quero dizer é que eu nunca teria feito estas tirinhas durante 10 anos se não fossem vocês. Se não fossem os amigos que me inspiram todos os dias, que me dão a maior força e que acham tudo super engraçado mesmo quando não tem graça nenhuma. Muito obrigada por acompanharem isso aqui durante tanto tempo! O post número 100 não é pra mim, nem pras tirinhas, é pra vocês. É a minha homenagem aos personagens da minha vida. Todos vocês tiveram um papel muito mais importante do que estas duas dúzias de lápis de cor. Obrigada. =]

Nêssa

[PS: se você estiver vendo esse post pelo Explorer, essa página provavelmente está toda desconfigurada. Não faça isso.)

Por pouco



 Não sei em que ponto da vida eu comecei a detestar basquete, mas antigamente eu tinha uma cestinha pregada na parede do meu quarto e achava a Hortência o que tinha de mais sofisticado no mundo. Então descobri que nunca ia alcançar uma cesta de verdade e que a bola era mais pesada que eu, daí deixei pra lá. Acho que nessa época foi embora um pouco da heroína também.


Ok, eu também queria ser cantora de axé, mas essa possibilidade ainda não tá descartada.


Felicidade



Sempre fui muito íntegra a minha desgraça, sou fiel ao que me dói. Mas, quando sinto que a vida poderia se acabar aqui, neste exato instante é onde retorno à vida. No encaixe de prazer sofrível, no momento que culmina sempre em uma outra vida: não vida nova, mas vida que acaba de deixar pra trás mais uma morte. A felicidade não sabe falar minha língua, mas, no silêncio dos seus braços, nos compreendemos.