A estranha


Eu andei às tontas nestes últimos dias, eu andei a mil, eu andei pra lá e pra cá no ritmo mais frenético que pude e agora há eco nesta casa cheia de mim. Eu tenho medo, eu tento chorar. Eu presto atenção nos barulhos que não são meus porque o outro viria pra me despertar, mas cada ruído é só a intervenção do meu novo dia-a-dia diante da vida. Repara: eu tento chorar. Chorar me acompanharia. Chorar me traria de volta. Chorar seria o meu duplo a me abraçar à noite, mas não há mais ela, e eu não choro. Eu sou a outra mulher que meu espelho e minhas palavras ainda não são capazes de refletir.

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